segunda-feira, 25 de julho de 2011

Roupa usada para ajudar crianças especiais

Uma tecnologia desenvolvida pela Nasa, a agência espacial americana, para combater a atrofia muscular presente em astronautas quando retornam do espaço, está sendo usada para auxiliar no tratamento de crianças atendidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cascavel. O PediaSuit, como é chamado, começou a ser testado há três semanas na unidade, a primeira do Brasil a usar o equipamento.

Por enquanto, três crianças estão sendo submetidas ao tratamento. O aparelho consiste numa roupa terapêutica composta por um material que oferece estímulos sensoriais suplementares aos músculos e articulações do corpo, agilizando o tratamento e ajudando a promover o crescimento e desenvolvimento da criança.

De acordo com Amanda Vicenti Basso, integrante do Conselho de Administração de Voluntários da Apae e responsável pelo setor de saúde da entidade, os resultados já começam a aparecer. 


“O número de estímulos proporcionados 
pelo método é imensamente maior 
do que na terapia convencional”. 

Ela conta que uma das crianças em tratamento evoluiu de forma extraordinária. “Ela [a criança] ficava em pé, mas agora já consegue mudar os passinhos”, diz.

A dona de casa Gezereane Pontes Nobre, mãe de Thierry, de 7 anos, confirma o sucesso do tratamento. “Estou vendo resultado. O controle de tronco dele melhorou bastante”, conta. Eduardo Henrique Weber, de 2 anos, portador de síndrome de Down, também está fazendo uso do equipamento. A mãe dele, Sandra Weber, acredita que o PediaSuit vai ajudar o filho a andar melhor e com mais agilidade. Vilson Basso, presidente da Apae de Cascavel, experimentou o tratamento com seus dois filhos especiais e gostou dos resultados. “É um grande avanço no desenvolvimento das pessoas atendidas pela Apae”, resume.



O tratamento

Diariamente, as três crianças selecionadas pela Apae de Cascavel para o tratamento (por meio de sorteio) recebem os estímulos do equipamento especial durante uma hora (custo de cerca de R$ 3,9 mil). 


A roupa, (que custa US$ 2,5 mil), é semelhante a uma órtese – dispositivo aplicado ao corpo para corrigir uma função deficiente – e composta por colete, touca, shorts, joelheira e calçados. 


Integra a estrutura uma gaiola, chamada de spider, que auxilia no equilíbrio do paciente com ajuda de cordas elásticas.

Embora o equipamento tenha um custo relativamente baixo, a aplicação da técnica só pode ser feita com o acompanhamento de um especialista. O fisioterapeuta Luiz Henrique Natali foi treinado por uma equipe da Therapies 4 Kids, dos Estados Unidos, para trabalhar a nova técnica. A equipe americana estará em Cascavel de 23 a 26 de junho para treinar outras pessoas interessadas em trabalhar com o PediaSuit.




Novidade

O PediaSuit foi criado em Mi­­­­chigan, nos Estados Unidos, onde passou a ser usado em crianças com necessidades especiais. Ele foi trazido ao Brasil há pouco tempo, mas até então só existia em clínicas particulares de grandes centros. A Apae de Cascavel é a primeira a fazer uso da tecnologia.

O novo método tem chamado a atenção de outras cidades. A Apae de Macaé (RJ), por exemplo, deve enviar um profissional de Fisioterapia para ser treinado em Cascavel.

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